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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A ditadura da magreza Anorexia e Bulimia

Está armada a passarela de Carlos Tufvesson na Fashion Week e uma horda de jornalistas aguarda a chegada de Angélica. A apresentadora com corpinho mignon será a sensação do desfile, apesar de medir 1,65m e bater nos ombros das outras modelos. O estilista está entusiasmadíssimo porque, afinal de contas, terá uma de suas clientes mais famosas ali, atraindo os flashes. E, para completar sua alegria, ela está magérrima, exatamente como se espera – ou melhor, se exige – em rodas fashion. “Angélica agora veste manequim 36 e está com o corpo ideal”, acha Tufvesson. A apresentadora, que sempre lutou com a balança, realmente, secou. Além da conta, segundo ela mesma. “Não precisei perder um grama para dar uma de modelo. Pelo contrário. Nas últimas semanas, tenho trabalhado muito e comecei a me sentir fraca, meio caída, me achei magra demais”, diz ela.


“Agora estou fazendo regime de engorda. Voltei a comer sobremesa no almoço e no jantar.” Na ânsia de conquistar a silhueta esbelta em voga, Angélica exagerou. Mas para o marido Luciano Huck ela está linda. “Seu corpo está perfeito”, diz ele.
Wanessa Camargo passou pelo mesmo problema, chegou a pesar 45kg e até a parar no hospital com complicações intestinais. “Fui vítima da ditadura da magreza”, diz ela. “Eu me entupia de moderadores de apetite, remédios de tarja preta, laxantes e ficava horas sem comer nada. Quando batia a fome me alimentava com o que aparecesse na frente: uma porção de batata frita, uma panela de brigadeiro e por aí vai.” Conclusão: ela vivia no chamado efeito sanfona, com oscilação constante de peso.
CULTO À MAGREZA. Desde a década de 90, o padrão de beleza esquálido das modelos extrapolou as passarelas e virou moda. Mas até que ponto é saudável perder peso? “A linha que separa a magreza fashion da doentia é tênue”, afirma Silvana Martani, psicóloga da Clínica de Endocrinologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Não é à toa que, nos últimos cinco anos, cresceu em 80% o número de pacientes com distúrbios alimentares em seu consultório. O culto à magreza atinge no Brasil principalmente mulheres das classes média e alta.
“Doenças como a bulimia encurtam caminhos para o sonho do corpo esbelto”, diz a psicóloga. “Tem muita gente em tratamento que lamenta não ter mais a doença porque engordou. Olha que inversão de valores.”
Sites ensinam passo a passo - e até incentivam - os distúrbios alimentares
A internet é aberta para manifestações de qualquer natureza, inclusive as negativas. No anonimato, surgem sites dedicados a incentivar a anorexia e a bulimia, graves distúrbios alimentares de ordem psicológica, capazes de levar à morte. A exemplo do que acontece nos Estados Unidos, esses sites defendem a tese enganadora de que a anorexia não é uma doença, mas um estilo de vida e uma escolha. Encontram-se depoimentos absurdos do tipo: “Minha maior vontade é ter anorexia. Já fiquei uma semana sem comer, mas meu estômago dói muito... Por favor me ajudem, quero ter anorexia”, escreveu uma internauta. Outra garota de 15 anos revelou: “Às vezes, passo dois ou três dias só com água, chá... outras vezes, sou capaz de devorar um pote de sorvete inteiro. Mas sempre me odeio depois, daí fico me entupindo de laxante e corro feito uma fugitiva.” No Orkut, comunidades como Anorexia e Pró-Ana/Pró-Mia ( apelidos para anoréxica e bulímica) dão dicas para vomitar, ensinam dietas xiitas, dizem qual o melhor laxante e debatem experiências com pílulas de emagrecer. “Sou totalmente pró-Ana, pois, quando se controla o que se come, dá, sim, para emagrecer e perder peso.”

Depois de anos e anos fazendo dietas, Angélica jura que desde sua gravidez não precisa mais se esforçar para manter-se magra. “Não sei o que aconteceu, se foram os hormônios que mudaram ou se por trabalhar muito e correr atrás do meu filho o dia inteiro acabo ficando em forma.” Quando descobriu que estava esperando nenê, há quase três anos, ela pesava 56kg. Durante a gestação, fez uma dieta balanceada, mas comeu pouco. Praticou exercícios físicos até o sétimo mês e, dias depois do parto, apareceu mais enxuta que antes.
“No nosso mundo, quem não é magra não é bonita”, diz Wanessa Camargo. Assim como Angélica, a cantora era gordinha na adolescência. “Eu achava que quando emagrecesse me tornaria a pessoa mais feliz do mundo. Mas, de repente, me vi doente, internada em um hospital e percebi que aquela era uma ilusão idiota. Foi aí que tomei consciência de que não poderia mais descontar minha raiva ou minha depressão na comida.” Para a nutricionista Roseli Rossi, que atende Wanessa, toda restrição leva à compulsão. Hoje, a cantora tem uma alimentação rica em nutrientes e fibras e se alimenta corretamente de três em três horas. Pesa 49kg – na fase crítica chegou a 45. A mãe Zilú acha que agora ela está com um corpo “incrível”. O pai, Zezé Di Camargo, discorda. “Você ficou muito magra. Não está gostosa assim, não”, vive repetindo. Mas Wanessa não liga.
Entre as famosas, não há nada melhor do que ter o corpo sequinho. “Se me chamam de gostosa na rua, já começo achar que estou acima do peso”, conta Adriane Galisteu. “Eu não quero ser gostosa, eu prefiro ser magra.” Quando começou a namorar Ayrton Senna, a apresentadora pesava 12kg a mais. “Para perder tudo aquilo foi um parto. Na época, emagreci 8kg em duas semanas e não consultei nenhum médico. Fazia cada coisa maluca, lancei até aquelas dietas da sopa....”,
diz ela. Hoje, com 33 anos e 54kg, Adriane garante que se alimenta melhor. Ainda assim, continua obcecada com a balança. “Eu me preocupo com minha imagem. A TV engorda um pouco as pessoas, né? Se estou 3kg acima do peso já me sinto mal.”
Com a modelo e agora atriz Letícia Birkheuer acontece o oposto. Gaúcha de 27 anos, ela abandonou as passarelas no ano passado para estrear como a falsinha Érica, em Belíssima, da Globo. Foi morar no Rio de Janeiro, se entrosou com os atores globais, passou a freqüentar a Praia de Ipanema e engordou 6kg – pulou dos 52 para os 58. “Nunca fui tão feliz. Vida de modelo não é saudável”, diz ela. “Agora posso malhar, fazer esportes, tomar sol.” O caso de Letícia no mundinho é emblemático. Quando virou modelo aos 17 anos, pesava 58kg e era malvista entre os modernos. Precisou ir morar em Paris e se livrar de 10kg para ver a carreira decolar. “Emagrecer foi essencial para minha virada, mas hoje me sinto mais bonita.”
Mariana Weickert, ex-modelo e apresentadora do Saca-Rolha, no Canal 21, também se dá melhor com o espelho hoje em dia. Pesa, pelo menos, 8kg a mais do que quando desfilava. “Eu vejo minhas fotos na passarela e morro de vergonha. Eu era um pau, só pele e osso.” Como a maioria das modelos, Mariana vivia fumando para não ter fome. Depois de anos nesse esquema furado de dieta, seu corpo se acostumou com pouca quantidade de comida. O cardápio, nada apetitoso, também ajudava. “Comia alface, alface, alface e, de vez em quando, um grelhadinho.” Fora dos desfiles, ela foi recuperando o prazer de fazer as refeições. “Fico pensando: eu era tão feia e tão magra e não sabia. Como ninguém me avisava que estava tão esquelética?”
Descubra se você está no peso ideal
Com base em pesquisas e estudos de médicos americanos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um cálculo que indica o Índice de Massa Corporal (IMC) para saber se seu peso está adequado para sua altura. Obtém-se o índice dividindo o peso da pessoa pela sua altura elevada ao quadrado. A faixa considerada normal fica entre 18,5 e 24,9. Acima de 25, vêm o sobrepeso e três categorias de obesidade (leve, moderada e mórbida), das quais muitos tentam escapar. Apesar de estarem se sentindo saudáveis, Angélica, Wanessa Camargo e Adriane Galisteu estão com nível corporal abaixo da média indicada.
Os dramas reais inspiram autores
Basta um tema começar a preocupar a sociedade para os autores de novela logo o incorporarem e ampliarem o debate. Em Cobras & Lagartos, a chef de cozinha Julia, personagem de Luiza Mariani, está com anorexia. Em cena, na semana passada, ela passou mal e desmaiou. Com 1,70m e 48kg, Mariani diz que é magrinha desde pequena. “É meu biótipo, não me esforço para ser assim. Dei sorte de viver em uma época em que magreza é sinônimo de elegância. Mas acho um absurdo querer ser magra a qualquer preço.”
Em Páginas da Vida, Deborah Evelyn encarna uma bailarina frustrada que sonha em ver sua filha adolescente nos palcos. Para isso, ela obriga a menina a se manter magra. “Acho importante discutir o assunto na novela porque hoje em dia todo mundo é obcecado em perder gordura”, diz ela. “Eu sempre tive tendência a perder peso e já tive anorexia na adolescência. Mas naquela época não era moda ser magra. Hoje, as pessoas ficam doentes porque querem ser como Gisele Bündchen.”
As mulheres de Hollywood andam perdendo muito peso. O público e a imprensa não estão gostando
POR CINTHIA RODRIGUES
E ela é uma das maiores promessas de hollywood. rica e famosa, Keira Knightley já foi indicada ao Oscar e tem vários projetos em andamento. Mas, na semana passada, a atriz chocou quem a esperava atravessar o tapete vermelho em Londres para promover o filme Piratas do Caribe 2 O Baú da Morte. Vestindo um elegante e decotado longo dourado Gucci, deixou à mostra um corpo esquálido, magro, totalmente sem curvas. Perguntada pelos jornalistas se estava anoréxica, ela negou. Keira disse que já teve uma pessoa com esse problema na família e afirmou que está saudável. A loirinha Kate Bosworth, a Lois Lane de Superman O Retorno, também chocou jornalistas e fãs ao iniciar a promoção de seu novo filme. Magérrima, nem de longe lembra a menina sarada de A Onda dos Sonhos, quando interpretou uma surfista saudável e musculosa em 2002.
Hoje ela está tão magra que de lado parece uma folha de papel. Não à toa, as duas atrizes, Keira e Kate, estiveram na capa das revistas americanas US Weekly e In Touch recentemente.
Em um espaço de menos de cinco meses, uma das mais prestigiosas revistas americanas, a Vanity Fair, publicou entrevistas com atrizes consideradas muito magras. Em fevereiro, trouxe na capa uma declaração de Lindsay Lohan, em que ela dizia: “Eu sabia que eu tinha um problema e não conseguia assumir”, diz. Outra celebridade americana que também chamou a atenção da mídia foi Nicole Richie, que de gordinha cafona passou a magra fashionista depois que perdeu muitos quilos. Ela se defende dizendo que estava acima do peso por ter passado um tempo em uma clínica de reabilitação. Suas medidas estão reduzidíssimas – ela compra roupas na seção infantil das lojas de departamentos.
Na contramão, surge a belíssima atriz Scarlett Johansson defendendo as mulheres cheinhas. “Para mim é óbvio que em Hollywood quase todo mundo é magro demais”, diz a dona de generosas curvas e eleita por várias vezes uma das mulheres mais sexy do mundo.


Por dentro dos sintomas da anorexia e da bulimia
A anorexia se caracteriza pela falta de apetite na maior parte do tempo induzida. Os pacientes são 90% mulheres. Mesmo sem comer, o doente se enxerga gordo no espelho. E, quanto mais emagrece, maior é a visão distorcida de sua imagem. Cerca de 21 % dos doentes ficam tão magros que acabam morrendo de inanição. “O surgimento da anorexia se dá após algumas tentativas frustradas de dieta, quando o indivíduo passa a considerar o alimento um agressor”, diz a psicóloga Silvana Martani, da Clínica de Endocrinologia da Beneficência Portuguesa de São Paulo. A bulimia é muitas vezes coadjuvante da anorexia. Depois de dias sem se alimentar direito, a pessoa pode ter um ataque compulsivo e passar uma tarde inteira comendo doces e gorduras. Arrependida, provoca o vômito ou toma uma dose exagerada de laxante para se livrar da comida.




Editora de Quem e colunista de Criativa, Ailin Aleixo fala sobre a neurose de quase todas as mulheres: parecer um cabide
Nem quando tinha 10 anos entrei numa calça jeanS 38. Nunca me senti feliz sem sutiã ou vestindo um top minúsculo com a pança ao ar livre. Jamais deixei de ter pânico praiano no final da primavera. Mas, depois de muita terapia e chuchu refogado, decidi: sou muito mais gostosa do que essas esqueléticas posando de cabide maquiado em capa de revista de moda. Porque, na verdade, gostosura não é ter 1,77m e 50kg nem 300ml de silicone, lipoescultura ou botox até na pupila. Ser gostosa é decisão. Decida que seus culotes, apesar de não serem a coisa mais linda do mundo, são facilmente extermináveis. Faça um tratamento estético e acabe com eles.
Decida dar um tapa na cabeça do seu namorado sempre que ele te chamar de “gordinha”, “fofinha” ou qualquer coisa terminada em “inha” que cause ódio: você é a única pessoa que pode xingar a si mesma, é bom que fique claro. Decida reclamar menos do seu corpo e aproveitar mais todas as sensações que ele pode te proporcionar se você parar de se torturar com cada estria que se instalar na sua bunda. Burrice é dar valor exagerado ao que é, na essência, detalhe. Tragédia é a fome na África, o assassinato dos bebês-foca, e não a falta de elastina no seu glúteo direito!
Decida chutar pra estratosfera padrões de beleza: os peitos da Gisele Bündchen são dela, não seus. A barriga sarada da dançarina de axé é dela, não sua. E, na real, se ser padrão fosse tão bacana, essa mulherada não viveria neurótica, com bulimia, anorexia, disfunção renal, cerebral, hemorroidal... No fim, todas nós sofremos de prisão de ventre.
Decida que “osso largo”, “retenção de líquido” e “gases” não são desculpa para não ter a cintura da Jennifer Lopez – você tem outra estrutura, simples assim. Não dá para ser leoa com pelagem de jaguatirica. Mas dá para ser uma leoa deslumbrante.
Decida que você, e o que existe de melhor em você, não se resume naqueles 2 ou 3 ou 10kg de banha que insistem em não sair do seu quadril. Quem acha o contrário deve ser posto de quarentena na sua vida. E se for você que pensa assim? De duas, uma: Freud ou Jung. Não, três: pode ser Lacan, também.
Se você decidir que quer mais é ter a barriga sarada, a bunda dura, o peito empinado e a coxa marmórea, vá em frente. Malhe. Feche a boca. Gaste com cirurgias, mas não se engane pensando que depois disso sua felicidade será plena, porque alegria e auto-estima não vêm de brinde com a lipoaspiração. Lembre-se de que o embrulho do presente acaba indo pro lixo. Então, para facilitar minha existência, decidi que sou gostosa. Compro roupas que valorizam o que tenho de bom (peitões, no caso) e não tento me vestir como um catálogo da Dior: o máximo que conseguiria seria parecer um espantalho fashion louco. Não me abalo mais com comentários testosteronentos e babões diante de corpos fenomenais: não dediquei a minha vida a ter um daqueles, por isso não posso querer ter um daqueles (simples, não?). Aprendi que o prazer que um jantar com vinho e risoto de pêra com gorgonzola me proporciona é infinitamente maior do que poder rebolar ferozmente a buzanfa no show da Tati Quebra-Barraco.
Hoje, sou gostosa pacas. Mas continuo odiando qualquer mulher que fica linda de morrer num biquíni. Eu decidi ser gostosa, mas não virei a Irmã Dulce. Ainda bem: decidi também que ser boazinha não combina comigo.

Fonte: Quem acontece/globo.com
FOTO: OTAVIO DIAS/CRIATIVA
FOTOS: FRANK TRAPPER/CORBIS, CHARLES GUERIN/ABACAUSA/BRAINPIX, TAMMIE ARROYO/AP PHOTO, FIONA SPRING/ABACAUSA/BRAINPIX, LAURA FARR/ZUMA/CORBIS, GRAHAM WHITBY/ALL STAR/BRAINPIX

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